O Frei Franklin me telefonou solicitando minha colaboração para o Fradezinho de agosto, dedicado à Vocação. Ele me sugeriu que refletisse sobre a importância da espiritualidade e
oração no cultivo vocacional. Pediu que fosse algo bem simples, compreensivo para o povo.
Eu gostei da palavra CULTIVO. Lembra algo como uma planta que deve ser bem cuidada para crescer. E cuidar bem de uma plantinha supõe afofar a terra ao redor, acrescentar adubo, aguar, proteger. Aceitei o desafio. Refleti um tempo e cheguei à conclusão de que o mais indicado seria dar meu testemunho sobre o tema.
Desde criança eu falava em ser padre. Frei Olímpio Reichert me incentivava. Entregou-me um livrinho bem simples sobre vocação e me pediu para rezar bastante. Eu lia muito algumas páginas desse material. Tudo regava a plantinha. Alguns colegas da escola que souberam, debochavam e diziam que eu não sabia o que iria perder, porque Padre não pode casar.
Então a plantinha murchava. Mas o apoio da família era ajuda para a idéia se firmar. No seminário de Taquari, a oração, sob a orientação do Frei Lucas e Anselmo, era levada a sério. O exemplo dos freis e de muitos colegas era bom adubo no cultivo da Vocação. Desde o Noviciado eu comecei a rezar todos os dias: “Senhor, ajuda-me a ser um bom, sábio e santo Franciscano. A mim e meus confrades”. Rezo isso até hoje.
Na Ordenação Sacerdotal, o meu padrinho de 1ª Missa, Frei André Grings, me deu de presente um livro de Michel Quoist: “Construir o Homem e o Mundo”. Livro muito bom para um padre. Mas o melhor presente foi a dedicatória na 1ª página: “peço a Deus que você nunca se acostume de rezar a Missa”. Procurei colaborar com frei André para que sua oração fosse atendida. E foi. Sempre rezo a missa com devoção. Ao longo dos anos (58 de sacerdócio) isso tem sido um bom reforço para o cultivo de minha Vocação franciscana e sacerdotal. Pelo Voto de Obediência, durante muitos anos fui encarregado da formação nos seminários e promoção vocacional. Tanto para os seminaristas como para os candidatos ao seminário sempre aconselhei muita oração para cultivar sua vocação. E eu também rezava pela vocação deles.
Sei que muita gente, além de minha família, rezou e reza pela minha minha vocação. Tenho várias pessoas que me dizem que rezam todos os dias pelas vocações e incluem especialmente a mim. Eu acredito muito nessa força e bênção.
Uma boa espiritualidade e oração vale muito no cultivo de qualquer vocação. Os namorados e casais que valorizam a oração sabem bem disso. Em Belo Horizonte encontrei um casal jovem que afirmou que no dia do casamento eles se prometeram de nunca ir dormir antes de rezar o Pai Nosso de mãos dadas. E isso inclui o perdão. Às vezes, por causa do perdão mútuo, só iam dormir de madrugada. Isso firmou bem seu casamento.
Deus seja louvado!
Frei Martinho Warken OFM
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